sexta-feira, junho 21, 2013

O Reino do Caos




Era uma vez um reino,muito,muito especial!
Governado por um rei boçal 
Tinha estádios,mas não tinha escolas nem hospitais,
Tinha balas de borracha e bombas de gás!





A educação desapareceu,
Os professores formavam sandeuses,
Ninguém pensava,ninguém questionava,
Tudo se aceitava!





A "puliçada" descia o cacete no preto,no pobre,em qualquer carente
Mas com os corruptos, prestem atenção:
Abanavam o rabo e lambiam a mão!





Não existia reajuste nem aumento!
O rei só falava em merrecas por cento!
Não se exigia competência ou títulos,não!
Os cargos eram ocupados por indicação!

Não se pagava um salário bom!

Quem "colaborava" recebia gratificação!


O rei fora pobre e enriqueceu:
comprou belas casas viajou pelo mundo com amigos seus!
Deu esmolas,capacitou,certificou e bonificou incapazes!





Era um reino do cão,com mentiras, desigualdades,
E pedidos de paz,eram em vão!




Por Gabriela Barbosa e José Augusto Nogueira

domingo, junho 16, 2013

"Eu só queria ver as flores!"-Um Conto Urbano

                                     
                           "Eu só queria ver as flores!"


Jardim Botânico do Rio de Janeiro
                                   

      Foi o que ela respondeu ao seu namorado,quando este lhe perguntou o que ela gostaria de fazer no dia de seu aniversário. Ver as flores,no caso,era ir ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro,um de seus lugares favoritos.Passear pelos jardins que D. João VI fundou,em 1808,era para ela um bálsamo em sua atribulada vida moderna.
      O namorado concordou em acompanhá-la.Ela não poderia estar mais radiante! Neste ano, o aniversário dela caiu no feriado de Corpus Christi,ou seja,nenhum deles precisaria trabalhar naquele dia.
      A noite anterior ao seu aniversário,ela passou na casa dele, na Baixada Fluminense.Juntos,assistiram a uma partida da Champions League e a filmes de arte.O plano era partirem juntos,rumo ao Jardim Botânico,no dia seguinte bem cedo pela manhã.E assim,se sucedeu.
      Partiram por volta das 7h30.No entanto,entre Botafogo até o Jardim Botânico (bairro),enfrentaram um enorme engarrafamento,o que foi deixando o namorado bastante irritado.Quando estavam na iminência de descerem do ônibus,faltando cerca de dois pontos,o namorado simplesmente desceu correndo,muito nervoso.Ela,que nada entendeu,foi atrás dele.Perguntou-lhe o que houve,porque ele havia saído daquele jeito.E ele lhe respondeu que estava de saco cheio daquele trânsito lentíssimo.Discutiram:


 Poxa,mas estávamos quase chegando...Porque você fez isso? Que "presente" é esse?! Mereço isso? O que eu fiz para merecer isso?!

     Quanta falta de consideração! Quanto egoísmo! Poxa...já era a quinta vez,desde que iniciaram o relacionamento,que ele "furava" com ela em irem ao Jardim Botânico! E agora...mais uma vez! E justo no dia do aniversário dela!
      Ele disse que voltaria para casa.Disse a ela que tomasse a decisão que bem entendesse.Ele partiu rumo à Baixada.Ela partiu também...Rumo ao Jardim,sozinha,com ela mesma! Ela e sua câmera como companheiras! Registrou tudo o que queria...as flores,os pássaros,a felicidade estampada nos rostos dos turistas ao verem tanta beleza em um mesmo lugar! Além disso,fez piquenique,comprou umas orquídeas para a sua coleção.Foi um dia super feliz para ela,mesmo estando sem ele!Sabem porque?!



Vitórias-régias do Jardim Botânico


                      



                                 PORQUE ELA TINHA A SI PRÓPRIA!



      Quer melhor presente do que este? Nada como se amar! Nada como se autodescobrir no dia do próprio aniversário! 

                  


                            NADA COMO RECUPERAR A AUTOESTIMA!



      No caminho de volta pra casa,ela cantarolou "Feliz aniversário,envelheço na cidade...",do IRA!,uma de suas bandas brasileiras preferidas.Pensou bem na letra,pensou em sua vida...E decretou que,daqui pra frente,iria ser muito mais ela mesma e fugir de gente egoísta!
      Esqueceu-se dele!


      E envelheceu na cidade maravilhosa!

      
      Eis a música!



                                              "Envelheço na cidade"(Ira!)


   Por Gabriela Barbosa.


      



      

quarta-feira, junho 05, 2013

A dura vida das "princesas"



          Quem nunca disse ou ouviu alguém dizer:


"Se eu tiver uma filha,vou tratá-la como uma princesa!" ?

            Ou ainda:


"Princesinha da    mamãe/papai/vovó/vovô,madrinha,etc" ?
                                         
                                               
Princesinha!!!!
                                     


           Enquanto forma carinhosa de tratar uma menininha,acho perfeitamente normal.O perigo,neste caso,mora quando esta menininha é criada para achar que é,verdadeiramente,uma princesa e agir como tal.
           Já  não é de hoje que as princesas(reais e as dos contos de fadas) rondam o imaginário coletivo feminino.Os pais adoram fazer festas de aniversário da Cinderela, Bela Adormecida,Branca de Neve e afins para as suas filhas,além do fato destas gostarem de brincar fazendo de conta que são princesas encantadas. Ainda em pleno 2013,há aquela "aura",aquele glamour em torno das princesas reais,como a DianaCaroline de Mônaco e,mais recentemente,Kate Middleton. Muitas são as mulheres que se inspiram nessas princesas,seja nos penteados,nas roupas e também nas atitudes.
        Há pouco tempo atrás,Michele Escoura,uma antropóloga da USP realizou um estudo sobre a influência das princesas da Disney na personalidade de meninas.Clique aqui para lê-lo. Os resultados são surpreendentes!
         


      Kate Middleton é a princesa mais invejada da atualidade...                        



...mas as menininhas preferem mesmo as princesas da Disney!                                   


                            
                         
         Bom,por minha parte,eu serei eternamente grata por jamais ter sido a "princesinha do papai/mamãe/vovó/vovô/titio/titia,etc".As "princesas",quando chegam à vida adulta,só se ferram!E vou dizer-lhes os motivos:
          

        "Princesas" são mimadas e estão sempre à espera de um "príncipe" para bancá-las!Como esses "príncipes" não chegam,se frustram,sofrem...Quando os pais morrem,ficam sem chão!"Princesas" são extremamente dependentes de seus pais e querem transferir toda essa dependência para os "príncipes"! 
         Conheço algumas "princesas" pessoalmente e posso dizer-lhes que são pessoas bem próximas a mim,embora não irei citar seus nomes.
         Uma delas,tem apenas 2 anos a menos que eu! Foi criada para ser uma "princesa",isto é,para casar-se com um homem rico,não ter que trabalhar fora,não ter que lavar,passar,cozinhar,nada de serviço doméstico.Só que a mãe desta "princesa" esqueceu-se de um pequeno detalhe:

        ATÉ UM HOMEM RICO QUER AO SEU LADO UMA MULHER INTELIGENTE E INDEPENDENTE.DO CONTRÁRIO,NÃO PASSA DE UM BABACÃO COM A CARTEIRA CHEIA!
        
         Além desse detalhe,há outros também esquecidos: mulheres e homens(mas nesse caso especificamente,dentro do assunto abordado,as mulheres),devem ser criados PARA SEREM INDEPENDENTES FINANCEIRA,PSICOLOGICAMENTE E NO QUE TANGE A "SE VIRAREM" SOZINHOS! 
         Nenhum pai/mãe vai viver eternamente para fazer tudo para o filho  (alguém ainda duvida???).Eu experimentei isso bem cedo, pois infelizmente, aos 17 anos,perdi a minha mãe,embora ainda tenha o meu pai!Que bom que ela me ensinou a me virar sozinha!
         Pois bem,essa "princesa" que conheço não sabe se virar sozinha e depende da mãe para fazer tudo! Além disso,quer que seu parceiro faça TUDO para ela,inclusive,que lhe pague uma empregada doméstica,(um luxo do qual até os ricos estão abrindo mão,face à nova PEC das Empregadas) e que (pasmem!) lave suas roupas íntimas (é mole?!)!.
         Apesar de só ter citado um caso,conheço váaaaaaarias "princesas" por aí nessa vida.Todas elas sofredoras,pois vivem completamente fora da realidade! Muitas esnobam caras ótimos,por acharem que eles têm que bancá-las! Outra,nem querem sair de casa,pois querem os pais como "eternas babás"! Enfim,é um assunto que dá bastante pano pra manga! 
         Antes que me interpretem mal,saibam que não tenho absolutamente nada contra festas infantis com temáticas de princesas da Disney nem tampouco contra brincadeiras em que menininhas fazem de conta que são princesas! A minha crítica é contra a criação que se dá às meninas em nossa sociedade.Certos pais as iludem com essas ideias de "príncipe" e isso só gera sofrimento em suas vidas!

        Pensem muito bem: será mesmo "o máximo" criar uma filha como "princesa"?



Comentem!


Abraços!


Gabriela