sexta-feira, outubro 31, 2014

Professores: seus vícios e virtudes

Todo mundo tem defeitos. Os professores não são diferentes!
  
                          





      Não são poucas as pessoas que têm a visão de que magistério combina com sacerdócio. Um professor abnegado, super dedicado e que não faz mais nada além de lecionar: na cabeça de muita gente, é assim que um bom professor deveria ser!
      O curioso disso tudo é encontrar professores que também compartilham dessa mesma visão. Ao se depararem com colegas que possuem vida além da sala de aula, esses professores-sacerdotes querem consertá-los a qualquer custo! São repreensões de lá, daqui... dizem que "certas coisas pegam mal para um professor", etc. Eu sou alvo dessa gente, acreditem! Mas é aquilo: eles pagam as minhas contas?! No!
      Para quem não sabe, atuo como professora de inglês (PI) em duas escolas públicas, sendo uma de Fundamental I e a outra de Ensino Médio. São dois ambientes distintos, com seus prós e contras. Em relação aos alunos, no Fundamental I eles são mais calmos e mais fáceis de lidar. No Ensino Médio, a falta de educação reina!
     Já em relação aos professores, existem diferenças gritantes entre os que atuam em escolas de Ensino Fundamental I e Ensino Médio. Nas escolas de Fundamental I(antigo primário), 99% dos professores são mulheres. Então, meus caros, se forem aquelas que já passaram da época de se aposentarem... Vixe!! São pessoas, em sua maioria, amargas, rancorosas, fofoqueiras e invejosas! A pessoa que vos escreve já virou artista na arte de conviver com mulheres amarguradas! Nessas escolas, os professores PI (aqueles que cursaram faculdade, não ficam direto com a mesma turma - como as PII- e que lecionam Artes, Língua Estrangeira e Ed. Física) sofrem, sendo alvos constantes de intrigas, comentários maliciosos e altos níveis de recalque! Isto é, mesmo estando todos em prol da educação (embora eu tenha lá as minhas dúvidas a respeito disso!), elas, ao invés de se unirem aos PI's, preferem fazer uma espécie de querela, disputando as turmas entre si! Desperdício total!
       Já os professores que atuam no Fundamental II e no Ensino Médio são todos muito legais, gente boa, amigos, unidos...Até você não aderir a uma greve! Experimente declarar em alto e bom som que não fará greve e espere para ver o que vai te acontecer: amizades desfeitas, você vai ser chamado de "pelego", "coxinha", "reaça", "fascista"(eita, banalização!) e afins! Eu também já fui alvo deles! E o que dizer das discussões em fóruns de professores do Médio no Facebook?! Nem vale a pena perder tempo com gente radical, que não sabe discordar educadamente! Só o que eles pensam é o certo e ai de quem disser que não é bem assim, que há outras visões além dessas apresentadas e tal. Aliás, diga-se de passagem, comportamento esse bem semelhante ao dos fascistas, né!? Mas na cabeça deles, fascistas são os não-radicais! Cês tão tudo precisando estudar, fessores!
       Como vocês puderam ver, professores não se aborrecem apenas com alunos,mas também com colegas inconvenientes! E não, gente! Não são todos os professores que se comportam desse jeito! Há muita gente boa no magistério, que pensa por si próprio e que tem peito pra discordar da "manada"! Tem muita gente que respeita o direito de o colega não fazer greve e tem muitas PII maravilhosas, que estão sempre colaborando com os PI's! Essa crônica não tem a intenção de generalizar uma classe! Eu, como professora PI, quis apenas mostrar que somos seres humanos como quaisquer outros, com qualidades e defeitos! Essa imagem de professor-sacerdote precisa cair por terra e já!
         E eu estou na "cena" educacional há 7 anos, sempre remando contra a maré. Como diria o poeta Cazuza, "Dias sim, dias não, eu vou sobrevivendo sem nenhum arranhão da caridade de quem me detesta". E sigo enfrentando tubarões, gaviões, hienas, baleias, cobras, lagartixas e o que mais a fauna e a flora brasileira puserem no meu caminho!
      

quinta-feira, outubro 23, 2014

Uma geração cuspida no mundo

    Na última quinta-feira (16), estava assistindo ao programa "Polícia 24h",na Band,que é uma versão de "Cops",exibido no canal pago TruTV.
    Foi mostrado o caso de uma mulher que maltratava seu filho de 10 anos e que, por esse motivo, acabou sendo denunciada por vizinhos. Ela disse,em alto e bom som,que NÃO QUERIA MAIS O MENINO e nem queria ter ficado grávida dele.
    Sinto informar-lhes,mas...
       ISSO É MAIS COMUM DO QUE SE IMAGINA!
    Vejo isso direto na escola municipal onde trabalho. Inclusive, recentemente,uma mãe nos disse que vai pôr para fora de casa seu filho de 15 anos,que nasceu com problemas mentais,pois ela tentou abortá-lo e não conseguiu!
     Eu fico imaginando o que essas crianças e jovens devem ouvir de seus próprios pais,que têm a obrigação de acolhê-los,amá-los,educá-los e cuidá-los! São pais que nunca planejaram ter filhos e, já que os teve, a prole é "cuspida" no mundo!
     Essas crianças são jogadas diariamente no chamado "depósito",que foi no que, infelizmente, a escola pública se transformou nos dias atuais! No "depósito", os professores precisam conter a agressividade dessas crianças,apartando brigas,chamando atenção e ensinando-os o mínimo de regras de convivência e respeito ao próximo,porque,em casa,o que menos eles têm é gente educada e que sabe respeitar!
     Acordem,pessoal! Essa geração de largados é o reflexo de suas famílias,que foram se formando sem qualquer planejamento e sem amor! Muitas dessas crianças foram até mesmo concebidas em bailes funk. Seus pais são,na maioria dos casos,desconhecidos!
     Dá para entender porque hoje fica praticamente impossível lecionar com tranquilidade numa escola! Já que a "casa" é um problema, a escola precisa fazer malabarismos para solucioná-lo! Mas nós, gestores e professores, não somos salvadores. Somos seres humanos,de carne e osso e sofremos com tudo isso.
    As famílias precisam ser responsabilizadas judicialmente por "cuspirem" seus filhos no mundo. E tenho dito!

quinta-feira, outubro 16, 2014

Vida de pós-graduando


    Com a idade,vêm as responsabilidades. Com as responsabilidades, a falta de tempo. E assim,começa a minha cadeia improdutiva artístico-literária: sem tempo, sem inspiração, sem arte.
    Sāo tempos de trevas. Os eventos que a vida me obriga a participar não são nada inspiradores. Ao meu redor,já cedo pela manhã,há gente mal educada, que não sabe conversar. Apenas gritam. Crianças e adolescentes histéricos chafurdam na lama da ignorância,na erotização precoce. Universitários pseudo-intelectuais e bebuns se degladiam por causa de política. Professores radicais doutrinam seus alunos,gerando assim mais radicalismos. Ruas sujas. Mentes sujas. Corações, idem.
     Impossível ter vontade de escrever uma crônica. Eu teria que me isolar do mundo. No momento,me transformei em uma espécie de máquina de produzir textos acadêmicos: muita objetividade e imparcialidade. Pouca subjetividade e opinião própria. Ossos do ofício, garota! Necessidade e urgência de ir além de uma graduação,já que faculdade, hoje em dia, até analfabeto faz! Vontade de me afastar de vez desse marasmo, reduto de gente barraqueira e sem-noção: o que se tornou a educação básica atual.
      A inspiração pode surgir do caos,mas definitivamente,o caos não me inspira: ele me adoece.