terça-feira, fevereiro 23, 2016

A Psicopatia cotidiana, vista por uma leiga no assunto

       Em um mesmo fim de semana, assisti a dois filmes com temáticas semelhantes. O primeiro foi o nacional Confia Em Mim, protagonizado por Mateus Solano, que interpreta um falso investidor, sendo sedutor e manipulador, ludibriando uma chef de cozinha, interpretada por Fernanda Machado. O outro filme foi o indicado ao Oscar Trapaça, protagonizado por Christian Bale e Amy Adams. Ambos interpretam um casal de trapaceiros, atuando na Nova Jersey dos anos 70, também seduzindo e manipulando pessoas.


Fernanda Machado e Mateus Solano, no filme Confia em Mim



Amy Adams e Christian Bale, no filme "Trapaça"




         Ambos os filmes me fizeram refletir bastante sobre o comportamento humano e me inspiraram a escrever esse texto. Porém, antes de mais nada, gostaria de deixar bem claro que não sou nem psicóloga nem psiquiatra. Verdadeiramente, sou leiga no assunto! No entanto, penso que meus 31 anos de vida, somados ao fato de ser professora e lidar com todo o tipo de gente, além de ler bastante sobre a psiquê humana, me permitem fazer algumas considerações. E desejo que os "experts" no assunto façam suas contribuições nos comentários.
         Pode não parecer, a princípio, mas esses personagens são, nada mais nada menos, que psicopatas! É que quando se fala sobre psicopatas, pensa-se logo nos "serial killers", ou seja, assassinos em série, que matam compulsivamente, tipo o "Maníaco do Parque". Segundo a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, todo "serial killer" é psicopata, mas nem todo psicopata é "serial killer".
         A mesma psiquiatra mencionada no parágrafo acima, é autora de um livro o qual recomendo muitíssimo, chamado Mentes Perigosas: O psicopata mora ao lado. Ele quebra esse pensamento de que os psicopatas são todos assassinos terríveis e faz com que o leitor veja que eles estão mais próximos de nós do que se imagina! Ele pode ser aquele político corrupto, que manipula o povo, para depois roubá-lo. É, talvez, aquela sua amiga, que tem uma vida tão surpreendente, tão mirabolante, que você se pega pensando se todos os acontecimentos e "causos" por ela narrados são verdadeiros. Ela faz de tudo para te iludir, te manipular, te convencer! E, mesmo sendo desmascarada, inventa uma "saída", que pode até convencer os mais crédulos, mas não os mais sagazes! São histórias que não "batem", se juntarmos as pecinhas do quebra-cabeça! 


A Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva e seu excelente livro







         O psicopata pode ser um músico talentosíssimo, que encanta a todos com o seu vasto conhecimento musical e virtuose, mas que manipula todos ao seu redor: família, amigos, cônjuge, tudo isso para obter vantagens, passando por cima de tudo e de todos, sendo, inclusive, capaz de inventar que estava com câncer, só para comover as pessoas. Tempos depois, essa pessoa é capaz de simular uma amnésia, fingindo não se lembrar e não entender porque tanta gente se afastou dele! Incrível, porém real!
          As histórias são muitas e em diversos momentos de minha vida. Será difícil identificar alguém com esse perfil manipulador e mentiroso ao extremo? Talvez sim, talvez não! Só sei que desconfio desses manipuladores, principalmente nas relações afetivas e em ambientes de trabalho.
           Enfim, para nós leigos, não existe receitinha de bolo: todo o cuidado é pouco!
           E você? Tem alguma história para contar? Comente!

Um comentário:

Ícaro Gonçalves disse...

Belo texto. concordo! e infelizmente já conheci diversos psicopatas durante o dia a dia no trabalho hehehe....